Petro: o que é, para que serve e como comprar a criptomoeda da Venezuela

Já conhece a nova extensão do Tecnoblog? Baixe Agora

O governo venezuelano agora tem sua própria criptomoeda: ela se chama Petro (PTR), entrou na fase de pré-venda nesta terça-feira (20) e tem como garantia as reservas de petróleo da Venezuela. Mas o que diabos é isso, por que ela foi criada e onde comprar os tokens? Calma que a gente explica.

Petro?

Em regra, as criptomoedas não são emitidas por bancos centrais, nem controladas por governos, como é o caso do bitcoin e do ether. O Petro é bem diferente: ele está sendo emitido pelo estado como forma de tentar superar uma crise que vem se arrastando desde 2013. O desemprego está em 29,8%, a inflação em 2017 ultrapassou os 2.000% e faltam produtos básicos no país.

Tudo isso fez com que a moeda oficial da Venezuela não valesse mais nada: uma nota de 100.000 bolívares equivale a míseros R$ 12,97. Em compensação, cada Petro que será emitido pelo governo venezuelano vai custar um barril de petróleo (US$ 60). A expectativa é arrecadar até US$ 6 bilhões de investidores dos Estados Unidos, Turquia, Qatar e outros países.

Foto: Agência Brasil

Para que serve isso?

O site oficial do Petro afirma que a criptomoeda será “aceita como forma de pagamento de impostos, taxas, contribuições e serviços públicos nacionais, tomando como referência o preço do barril venezuelano do dia anterior com um desconto”. O governo ainda “se compromete a promover a utilização do Petro no mercado interno e fazer esforços para estimular sua aceitação em todo o mundo”.

Na prática, não espere que nenhum venezuelano compre pão na padaria da esquina com Petro. Primeiro porque nem existe mais farinha de trigo na Venezuela. Segundo porque as formas de adquirir Petro ainda são bem restritas; não é possível comprar os tokens da criptomoeda com bolívares venezuelanos, por exemplo.

Tem como comprar Petro?

Ainda não, ao menos por pessoas normais. O Petro está em fase de pré-venda, em que 40 milhões de tokens serão vendidos em negociações privadas com investidores institucionais. No total, 100 milhões de Petros serão emitidos pelo governo venezuelano. O blockchain é baseado na tecnologia do Ethereum, e a criptomoeda não é minerável.

A previsão é que o Petro passe a ser negociado em casas de câmbio digitais em abril, abrindo espaço para que qualquer pessoa compre tokens com dólar, euro e outras criptomoedas. Mas vale lembrar que, embora o governo divulgue que o Petro é lastreado pelas reservas de barris de petróleo da Venezuela, não existe nenhuma forma de trocar os tokens pela commodity.

Talvez o Petro não dure muito tempo

Comprar Petro pode não ser uma boa ideia, já que ele pode sumir a qualquer momento. O presidente Nicolás Maduro tentará a reeleição em abril, e a oposição já avisou os investidores que o Petro se tornará inválido quando ou se Maduro sair do governo. Além disso, dado o histórico de hiperinflação do país, é claro que há dúvidas sobre a segurança e a confiabilidade da criptomoeda.

Com informações: Business Insider, Fortune, The Verge.

Fonte