Razer BlackWidow Chroma V2: é colorido, mas é caro

No começo do ano, a Razer lançou a segunda versão do teclado BlackWidow Chroma no Brasil. Alguns aspectos gerais de qualidade de construção e desenhos foram atualizados, mas não há muita diferença no preço.

A primeira versão custa hoje cerca de R$ 900, enquanto a segunda está disponível por R$ 1.059 à vista. Sim, o preço é bem salgado, principalmente quando comparado aos US$ 169 que eles pedem nos Estados Unidos. Será que esse teclado vale tudo isso por aqui? Vem conferir.

Design e hardware

Uma coisa que não dá para negar é que o Razer BlackWidow Chroma V2 é muito bonito. A qualidade de construção foi aprimorada em relação à primeira versão e realmente dá para ver a diferença. Esse acabamento preto meio fosco ajuda a não deixar muitas impressões digitais e dá um visual bem sóbrio a qualquer configuração.

Não é diferente quando você coloca as mãos nele. O desenho é bem ergonômico e ele vem com uma almofada que se encaixa magneticamente na base, o que pode ser bem útil para mesas mais espaçosas.

Curiosamente, o cabo do Razer BlackWidow Chroma V2 vem com três conexões: duas USB e uma de 3,5 mm para microfone ou fones de ouvido. Uma conexão USB é para o próprio teclado, e outra é para ativar esta porta USB que fica na lateral:

Durante o uso, percebi que as teclas do novo BlackWidow Chroma têm um formato especial que auxilia na digitação rápida, contribuindo com a ergonomia e na precisão da sua escrita ou jogatina. As teclas fazem bem mais barulho que teclados convencionais, o que pode ser um incômodo, mas não uma característica incomum para um teclado mecânico.

Ah, sim, os teclados mecânicos. Imagino que você tenha interesse em um ao ler este review, mas você sabe a diferença para um teclado convencional? Basicamente, o teclado convencional funciona com uma membrana de borracha ou plástico que fica embaixo das teclas, que é responsável por fechar um circuito e fazer o sistema entender que tal parte da membrana (ou seja, uma tecla) está sendo pressionada.

Nos teclados mecânicos, cada tecla tem uma espécie de botão que é individualmente responsável por registrar o pressionamento de cada uma. Esses botões são compostos de switches, que controlam o barulho e a pressão que cada tecla faz no seu dedo quando pressionada. Eles podem ser mais duros, fáceis de pressionar, silenciosos, enfim.

Não à toa, a Razer vende o BlackWidow Chroma V2 com três opções de switches diferentes: o verde, laranja e o amarelo. Nesta página, você consegue ver detalhadamente como eles funcionam. Na prática, o verde (ouça-o) te dá mais feedback quando pressionado, o laranja é o mais silencioso (ouça-o) e o amarelo (ouça-o) aciona as teclas mais rapidamente, ideal para jogos FPS e MOBA.

Por conta desse funcionamento mecânico, é de se imaginar por que o BlackWidow Chroma V2 dá um ótimo feedback nas teclas: além da resposta mais rápida que é enviada para o computador, você sente melhor as teclas sendo pressionadas. No geral, teclados mecânicos também podem ter uma durabilidade maior – é difícil o teclado inteiro parar de funcionar, enquanto os convencionais são bem sensíveis a um Toddynho, por exemplo.

Modos de iluminação

Nesta parte, acabei me decepcionando com a experiência premium que a Razer deveria oferecer. O programa que controla o teclado (e muitos outros produtos da marca) é chamado de Razer Synapse, que promete sincronizar as suas configurações na nuvem, incluindo os macros (sequência de teclas pré-configuradas), iluminação do teclado e algumas estatísticas legais.

Dos modos de iluminação, alguns são bem interessantes e têm cores personalizáveis, como:

Reativo, em que acendem apenas as teclas que você aperta.

Propagar, em que uma onda de iluminação propaga para o resto da imagem (abaixo, eu havia apertado a barra de espaço pouco antes).

Onda, em que uma onda de várias cores fica passando pelo teclado (o padrão é esse colorido aí embaixo).

Fogo, que… basicamente, imita o efeito de uma chama no seu teclado. Não parece na foto, mas há uma sombra flamejante que faz a transição das cores. Tem como mudar a cor padrão. A minha, por exemplo, era turquesa e roxo.

Você pode ver mais efeitos legais aqui no site da Razer.

Software

Em termos de software, o Synapse não funcionou muito bem comigo. Na primeira vez em que eu reiniciei o computador, os dados que eu havia colocado não foram sincronizados na nuvem. Além de ter que configurar tudo de novo, me deparei com este erro:

As diversas soluções que achei online para consertar o problema não funcionaram. No fim, acabei desinstalando o programa e instalando-o novamente, limpando os registros anteriores. Enfim, voltou ao normal. Porém, logo depois o erro persistiu e eu não quis ficar refazendo esse processo toda vez que o programa deixar de funcionar como deveria.

Tambem resolvi testar o Razer Synapse para macOS. Quando eu fiz login, o programa sincronizou vários ajustes de iluminação fora do lugar ou errados e não há quase nada de personalização para cores como o do Windows – o de Fogo, por exemplo, se limita às cores padrão. Ou seja, fiquei preso com os efeitos que configurei na última vez que tinha conseguido usar o programa corretamente.

Por mais que bugs em software sejam aceitáveis, vi que esse problema é recorrente entre os usuários do Synapse. Além disso, foi mais de um problema e esse software controla controla um dos principais atrativos do teclado: a habilidade de personalizar as cores e obter estatísticas de uso em jogos. Não dá para deixar assim em um teclado dessa faixa de preço.

Pontos positivos

  • Qualidade de construção impecável;
  • Ergonomia muito boa; almofada é útil;
  • Que ótimo brilho você tem.

Pontos negativos

  • Que programa ruim pra gerenciar o teclado, hein?
  • Preço Apple, de US$ 169 para R$ 1.059.

Conclusão

Por mais que vários efeitos coloridos e uma qualidade de construção impecável sejam ótimos atrativos, não acho que o Razer BlackWidow Chroma V2 valha o preço cobrado. Um teclado mecânico de fato traz uma experiência única para jogos e não questiono a qualidade da Razer, mas o software me deixou na mão e concorrentes como a Logitech trazem opções semelhantes pela metade do preço.

A gente sabe que os impostos são altos no Brasil, mas nada justifica o preço de US$ 169 dos Estados Unidos virar R$ 1.059 (à vista!) aqui no Brasil.

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